A propriedade é um roubo?
Vávios pensadores discutiram e questionaram o mandamento que diz "não furtarás", recebido por Moisés. Na visão de alguns deles, para que esse mandamento seja realmente cumprido, não deverá haver no mundo um só necessitado e injustiçado.
De acordo com o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778), a propriedade privada, isto é, particular, foi criada pelo primeiro ser humano que teve a ideia de cercar uma parte da terra e dizer "isto é meu"... e encontrou pessoas ingênuas o bastante para acreditar nisso. Se alguém tivesse arrancado as cercas e gritado: "Não! Impostor!", teria livrado a humanidade de inúmeras injustiças, crimes, guerras, assassinatos, desgraças e horrores.
Alguns pensadores afirmam que a propriedade é um roubo. Segundo eles, o fim da propriedade privada traria o fim das desigualdades sociais e o nascimento de uma nova forma de sociedade, na qual a igualdade (social e econômica), a liberdade e a solidariedade seriam uma realidade humana. Já houve sociedades assim. As comunidades indígenas brasileiras, por exemplo, desconhecem a propriedade particular. Os primeiros cristãos também pensavam dessa maneira e formaram a primeira comunidade cristã com base na propriedade coletiva. (Atos 2, 42-47)
Este poema nos traz algumas reflexões sobre o tema:
Quem é que rouba quem
Deus nos mandou não roubar,
Roubar o quê? E de quem?
Roubar é subtrair
Alguma coisa de alguém
Em geral, todos condenam
O ladrão de mão armada...
Mas quem roubou o ladrão,
Que não tem direito a nada?
Querem a pena de morte
(E Deus mandou não matar!)
para quem caiu no crime
e vive só de furtar...
Mas e quem tem ouro imenso
Feito de trabalho escravo
E não ajuda o empregado
Nem com sorriso ou centavo?
Pecado é roubar um tênis?
E quem tem terras a arar,
Não produz e priva o pobre
Do direito de plantar?
A criança que vagueia
Na rua, pedindo esmola,
É bandida! E o ladrão
Que não a fez ir à escola?
As prisões estão lotadas
De criminosos, ladrões,
De tantos, foi a injustiça
Que esfriou os corações!
Disse Deus: não furtarás!
E ainda ouvimos sua voz!
Mas não disse só a uns poucos,
Dirigiu-se a todos nós!
Só quando todos no mundo
Tiverem justiça em vida,
Veremos a lei de Deus
Inteiramente cumprida!
(Poema de Dora Incontri)
Esse post é igual ipsi literis a um trecho do livro Todos os Jeitos de Crer volume 7. Como nenhum dos autores (do blog e do livro) comentou o outro, alguém plagiou o outro?
ResponderExcluir