No ano de 1975, representantes dos povos indígenas do mundo inteiro reuniram-se em Port Alberni, no Canadá, e fizeram a seguinte declaração:
numa grande assembleia de homens sábios,
declaramos a todas as nações:
Quando a terra-mãe era nosso alimento
quando a noite escura formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando éromos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos
eram grandes líderes,
quando a justiça dirigia a lei e a sua execução,
Aí, outros civilizações chegaram!
Com fome de sangue, de ouro,
Com fome de sangue, de ouro,
de terra e de todas as suas riquezas,
trazendo em uma mão a cruz
e na outra a espada.
Sem conhecer ou querer aprender
os costumes de nossos povos,
nos classificaram abaixo dos animais.
Roubaram nossas terras e nos levaram
para longe delas, transfomando em escravos
"os filhos do sol".
Entretanto, não puderam nos eliminar,
nem nos fazer esquecer o que somos,
porque somos a cultura da terra e do céu,
Somos de uma Ascendência milenar
E somos milhões,
E mesmo que nosso universo inteiro seja destruído
NÒS VIVEREMOS
Por mais tempo que o Império da morte!
(Conselho Mundial dos Povos Indígenas, Port Alberni, 1975. In: Katsue H. Zenun e Valéria
M.Adissi. Ser índio hoje: a tensão territorial. São Paulo, Edições Loyola, 1998.)